segunda-feira, julho 20

Vírgula

É na tua ausência que eu pinto as minhas dores enebreadas em comprimidos que tornam o meu viver mais esquecido, menos sentido. Por não te ter, sinto que nada em mim é completo. Pior do que antes, agora não me sinto feliz. E eu sempre fui feliz. Sinto-me trocada, indesejada e sobretudo esquecida. O que és para mim, já não sei. Talvez uma vírgula que atrapalha as minhas frases, seguras, fortes e consisas. Uma vírgula que é uma paragem, mas que se tornou constante na minha vida. És uma vírgula que interrompe a minha maneira de seguir em frente.
És a vírgula que se fez ponto final.

domingo, fevereiro 8

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Contradizes aquilo que sentes
porque não queres criar esperança
a tua vida continua
a tempestade acabou com a bonança
não sei o que te diga
porque afinal nunca te conheci
por mais que tu o digas
sei que não vem de dentro de ti
eu não queria ouvir nada exagerado
apenas sentir um sentimento elaborado
quando jogas um jogo que sabes que nunca vai acabar
cansas-te de sonhar
perdes a vontade de continuar
os dias perdidos a lutar,
tornam-se numa infinidade de contradições
que dizes nunca propagar
a culpa vira-se contra o outro
porque é mais fácil assim
fazes de conta que nada disto aconteceu contigo
e a vontade torna-se um destino em mim
talvez nunca te deixes revelar complemente
pois certamente o teu encanto dissipar-se-ia para sempre
talvez seja uma das muitas cartas que tens na manga
mas isso a mim já pouco me interessa
jogares limpo comigo era o meu desejo
mas sei que se o fizesses o que temos se tornaria num pesadelo
quantas vezes perdi tempo a pensar no que tu poderias sentir
isso também já não vale a pena
a minha grande alma subitamente tornou-se pequena