terça-feira, fevereiro 22

Xeque- Mate

Encontrar-te hoje trouxe á tona uma data de questões acerca de tudo. Pôs em causa, quem eu sou agora, quem serás tu... Já não te conheço. Nem tu a mim. Se é que algum dia nos conhecemos. O tempo passou tão rápido. Mas agora, no vazio do meu quarto as horas tardam em passar. Aqui estou, parada em mim. Relembrando os passos de outros dias, de outros momentos. Porque é que comigo, não deu? Não funcionou? Não sei responder. A culpa não é de ninguém. Nunca prometeste, o que não pudeste dar. Eu é que quis puxar de ti, certezas que não existiam. Continuei, recusei-me a parar. Lutei sempre. Chegou o fim, e eu saí derrotada. Eu sei. Mas tu não sabes. Porque eu nunca o mostrei, nunca o disse.Nem o vou fazer. A história terminou. Antes de eu ter caído em mim. Talvez eu não saiba amar. Talvez não tenha aprendido. Talvez não se aprenda. Talvez nunca ninguém o tentou ensinar. Amei-te á minha maneira, na sombra dos meus beijos, no escuro do meu olhar, no sopro dos meus braços. Disse-te tantas vezes, sem abrir a boca para o revelar. Tu não deste conta, ou fingiste que não viste. Os meus olhos sorriam o meu amor. E tu não viste, não o sentiste, não o levaste contigo. Ele perdeu-se no chão do desejo. E hoje morreu sufocado pelas paredes do meu quarto que não o deixam fugir. O meu amor por ti está aqui fechado. E já não volta para ti, é só meu. Está aqui guardado na noite que aquece a minha alma e nos sonhos que vão invadir o meu sono pesado. Uma garrafa de porto invade a minha mente de lembranças que ficam para me sossegar do espirito inquieta que teima em não me largar. Hoje sou o resto que deixaste de mim. Na noite crua, vazia, perdida de ti.

segunda-feira, fevereiro 7

Quarto crescente

Fugiste para não me ver. Aliás para não veres o espelho de ti em mim. Não adianta disfarçar que nada aconteceu. A vida é um conjunto de momentos que se propagam em noites de cor fria que se aquecem nos nossos corações. O meu já perdeu o batimento pautado pelo som da tua voz. Já não a oiço a algum tempo. Falta-me a coragem de a ouvir outra vez. Foste um estilhaço de luz que invadiu a minha vida e qual estrela cadente se perdeu no céu abençoado pelo luar de uma madrugada de mil cores. Não sei se te vou voltar a encontrar. Só sei que trago em mim muito de ti. Deixaste em mim, parte de ti.