sexta-feira, setembro 10

Talvez amanhã

Não sei como te foste embora. Mas sei que já cá não moras. No lugar do amor foste esperança que morreu antes de nascer. Ainda te procuro na ilusão de um dia te encontrar, perdido nas entrelinhas que nos puxam para cá ficar. Não te encontro. Finalmente partiste. E eu sei que tu não voltas porque nem adeus disseste. Quando alguém diz adeus normalmente volta. Nem que seja para voltar a partir outra vez. Muitas vezes dou por mim a ser feliz e a perceber que não estás aqui, que não fazes parte desta minha felicidade que me encontra quando eu menos a procuro. E sou feliz sem ti. Houve alturas em que achei que isso seria impossível. Mas agora sei que não. A felicidade está presente nos pequenos pormenores e nas histórias banais do dia a dia. Já não te encontro, e cansei de te procurar. Os que se enganam não voltam. Porque não querem enganar outra vez. Fechei as portas, mas continuei á janela. Hoje não. Talvez amanhã. Não voltes.

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