quinta-feira, junho 9
Com olhos de menino
Reconto os passos que dei vezes sem conta, até me encontrar na pura certeza que te procuro onde não existes. É só uma forma de estar mais perto de ti. Mais perto de nós. Páro. Repenso. E não consigo. Por mais voltas que dê, encontro sempre o rapaz com olhos de menino que um dia me disse: não entendo o porquê,mas confio em ti. Confias-te, e eu deixei que falasses, que contasses o que escondias. Conheci o menino em vez do rapaz. Os outros não te conheceram assim, limitaram-se a achar que tu és, o que mostras. Eu vi para além disso. Tu permitiste que eu te visse o coração. E te olhasse nos olhos. Tinhas medo dos meus, disseste que os meus olhos viam para além de ti. E viram, viram mais do que eu queria ver. Viram a alma que pede ajuda silenciosa. Que temeu que o seu corpo fosse para além de si. Guardo-te só para mim. Não divido os momentos com mais ninguém. Eles não iam compreender. A chuva que caía lá fora testemunhou os teus segredos e a minha boca calou-se para sempre. é este para sempre que custa. O grito que dói por não gritar. O adeus que não se disse, na pressa de nunca mais errar. Não foi um erro. Foram duas almas que se abraçaram sem braços para se agarrar.
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