O sôfrego aperto que te consome todo o ar, que percorre o teu corpo por todos os seus lugares como se permanecesse imortal aos olhos de quem te vê. Por fora. Nunca por dentro. Ver por dentro magoa, cansa-nos, deprime-nos, liberta as histórias pintadas de cor negra que os sorrisos disfarçam de forma quase leve e que os olhos perdidos pela noite dentro consentem. Ver por dentro é dar aos outros um pouco do ar que perdemos, um pedaço vazio da nossa alma, é degustar um simples compasso da nossa essência sem que nos tenhamos que esconder em danças que iluminam a nossa supérflua existência.
Quando nos damos fica tarde demais para nos abrigarmos na saudade e nos fecharmos no coração. Já não podemos fugir na esperança do outro não nos descobrir, não nos sentir na sua pele que queima os lábios que se trocaram por olhares inebriados, que hoje nesta mesma noite que amanhã já não volta, se amortecem pelo tempo que teima em não parar.
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