quarta-feira, janeiro 18
A mulher dos lábios vermelhos
A mulher dos lábios vermelhos estava sentada no chão. Os seus olhos procuravam respostas que o chão manchado onde se apoiava, não sabia dar. Olhou para o tecto, encontrou um vazio branco que lhe cegou os olhos ansiosos de ouvir palavras e conforto. Acendeu um cigarro e permaneceu ali embalada pelo fumo. O cigarro escondeu a dor, apagou por segundos a tristeza que se desenrolava nos gestos, num simples respirar. No chão o cinzeiro laranja aceso de beatas. Apagou o cigarro marcado pelo batom vermelho. Pediu ajuda mas a voz seca não o permitiu, Nos olhos acendeu-se uma luz que cheirava a morte. Ela morreu e ninguém deu conta. Nos sorrisos tanta dor e ninguém viu. Nos olhos tanta mágoa e ninguém os leu. Ela morreu. Tu não viste, Não sentiste. Não sabes. Ela partiu.
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