quinta-feira, fevereiro 4
Bola de sabão
Foi no teu compasso de espera que eu continuei a ficar. Permaneci ali, entre palavras caladas pela força dos afectos, entre gritos perdidos em memórias de outros tempos. E ali fiquei, quieta, sossegada, refugiada naquele canto que era só meu. Protegida por uma bola de sabão que me envolvia docemente, sempre frágil, sempre para me abraçar. Até que rebentou e eu tive medo. Foi nela que me escondi, que disfarcei o que quis e o que não quis. Foi através dela que te vi, foi dentro dela que te deixei partir. Eu queria ser transparente como ela. Voar pelo céu livremente sem nunca me partir em pedaços de sabão e água. Queria ser eterna dentro dela, e que ela nunca se atrevesse a sair de fora de mim. Mas ela deixou-me. Completamente despida de protecção. Agora estava só eu.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário